Em uma atualização que ninguém esperava, Perfect World finalmente adicionou a versão feminina da classe Bárbaro. Sim, você não leu errado. Depois de mais de 15 anos desde o lançamento do jogo, a desenvolvedora decidiu que era hora de dar aos jogadores a opção de uma guerreira selvagem. Mas há um detalhe crucial: a novidade chegou apenas para o servidor clássico chinês, deixando os servidores oficiais, incluindo o brasileiro, de fora dessa atualização.
Uma atualização atrasada e limitada
Vamos ser sinceros: essa atualização deveria ter chegado quando o jogo foi lançado, não agora. Em um MMO onde várias classes já têm versões masculinas e femininas há mais de uma década, a ausência da “Bárbara” sempre foi um ponto de estranhamento. E quando finalmente chega, vem pela metade - apenas em servidores clássicos específicos e não no oficial.
Isso levanta uma pergunta importante: por que diabos lançar essa classe apenas nos servidores clássicos chineses e não no oficial que recebe atualizações regularmente? A decisão é no mínimo questionável e revela o padrão de incoerência que tem sido a marca registrada do jogo ao longo dos anos.
Uma transformação decepcionante
Para quem não conhece, uma das características marcantes da classe Bárbaro é a capacidade de se transformar em um tigre selvagem durante o combate. Naturalmente, todos esperavam que a versão feminina mantivesse alguma coerência temática, talvez transformando-se em uma tigresa ou algo similar que preservasse a essência selvagem da classe.
Mas não. A “Bárbara” se transforma em um panda. Um panda gigante com uma florzinha na orelha. Sério, você consegue imaginar algo menos intimidador e mais desconexo com a proposta da classe? É como se os desenvolvedores quisessem dizer: “Mulheres não podem ser selvagens como tigres, vamos dar a elas um pandinha fofo”.
A desconexão entre a proposta da classe e sua execução visual é gritante. A personagem feminina parece mais uma guerreira ou feiticeira genérica, sem nenhum traço selvagem característico da classe, exceto por pequenas orelhas e um rabinho de panda. Onde está a coerência temática? Onde está a identidade da classe?
Mecânicas idênticas, visualmente diferente
Como era de se esperar, a nova classe não traz nenhuma novidade em termos de gameplay. As habilidades são as mesmas do Bárbaro masculino, com apenas algumas diferenças na animação. Isso não é necessariamente um problema - afinal, outras classes femininas/masculinas do jogo seguem o mesmo padrão.
A personalização também é bastante limitada, seguindo o padrão já conhecido em Perfect World. Nada de revolucionário ou que justifique uma espera de 16 anos. É literalmente um “control C + control V” com algumas adaptações estéticas.
O que isso diz sobre Perfect World em 2025
Esta atualização tardia e mal implementada é um microcosmo perfeito de como Perfect World tem sido gerenciado ao longo dos anos. Um jogo que, apesar de ter uma base de fãs leais, insiste em tomar decisões que parecem completamente desconectadas do que a comunidade realmente quer ou precisa.
Enquanto outros MMOs evoluem, expandem e inovam, Perfect World parece preso em sua própria bolha temporal, lançando atualizações que deveriam ter acontecido há mais de uma década e, mesmo assim, implementando-as de forma questionável e limitada.
A adição da “Bárbara” poderia ter sido um momento de celebração para os jogadores que há anos pedem por mais diversidade nas opções de classe. Em vez disso, temos uma implementação restrita a servidores específicos, com uma estética desconectada da identidade da classe e sem nenhum esforço real para inovar ou surpreender.
É triste ver um jogo com tanto potencial continuar a desperdiçá-lo dessa forma. E mais triste ainda é pensar que, se essa tendência continuar, talvez só veremos a versão masculina da Feiticeira em 2040 - e apenas em servidores específicos, é claro.
Para os jogadores brasileiros que gostariam de experimentar esta nova opção, resta esperar que algum dia ela chegue aos servidores oficiais. Até lá, continue aproveitando seu Tigre bárbaro - que, convenhamos, é muito mais intimidador que um panda com florzinha na orelha.