Em pleno 2025, Cabal Online continua firme e forte como um dos MMORPGs mais resilientes do mercado. Hoje, vamos analisar a experiência de jogo com um Gladiador - uma classe curiosa que, diferente de outras, já começa com habilidades AoE (área de efeito) desde o nível 1, permitindo uma progressão inicial mais dinâmica e menos monótona.
O estado atual de Cabal Online: entre nostalgia e relevância
Cabal Online é um desses jogos que não morre. Permanece ali, no limbo entre os MMOs que foram extremamente populares e aqueles que deveriam ter sido desligados há anos. Assisti a uma gameplay recente de um jogador hispânico que explora a jornada de um Gladiador nível 24, já relativamente avançado para as missões de nível 15 que estava completando na Selva do Meio.
O que me chama atenção imediatamente é como o jogo mantém a mesma estrutura básica que conhecíamos há mais de uma década: NPCs com problemas ridículos, cientistas sendo atacados por bestas, árvores mágicas transformadas em chefes de dungeon, e aquela inevitável sensação de que você está apenas seguindo uma trilha linear de “mate X monstros” ou “colete Y itens”.
Em sua defesa, o jogador demonstrou como a progressão pode ser acelerada com os buffs de GM que o jogo oferece atualmente, o que é uma tentativa clara de atrair novos jogadores para um MMORPG que compete com títulos muito mais modernos e dinâmicos.
O sistema de combate e habilidades: um brilho no meio do tédio
Uma das coisas que o Cabal faz relativamente bem é seu sistema de combate. O Gladiador, por exemplo, começa com habilidades que atingem múltiplos inimigos desde o início - algo que o jogador destacou como diferencial positivo comparado a outras classes que normalmente iniciam com ataques singulares.
O sistema de progressão de habilidades continua o mesmo: você ganha pontos ao derrotar monstros, distribui esses pontos nas habilidades que deseja melhorar, e quando atinge o limite, precisa treinar com “dumis” (bonecos de treinamento) para poder continuar evoluindo. É um sistema que, apesar de simples, cria uma sensação de progressão constante - algo que ainda falta em muitos MMOs modernos onde você simplesmente “desbloqueia” habilidades em níveis predeterminados.
O que me incomoda é que, mesmo em 2025, Cabal continua apostando na mesma fórmula básica: missões lineares, diálogos desinteressantes (que o jogador claramente pulava com vários “okay, okay, graças” em sequência), e uma progressão que não incentiva a exploração ou socialização genuína.
A experiência social: o maior problema persistente
O aspecto mais decepcionante do Cabal em 2025 continua sendo sua estrutura social. Como o próprio jogador menciona, não há um chat global adequado, apenas chats locais e de guilda. Isso num MMORPG é praticamente suicídio - como criar comunidades e conexões significativas quando você mal consegue se comunicar com outros jogadores?
O jogador menciona que tentou entrar em guildas hispânicas, mas foi ignorado por ser de baixo nível - os recrutadores presumiram que ele estava mentindo sobre não ter personagens de alto nível. Essa mentalidade elitista não é exclusiva de Cabal, mas o jogo não faz nada para combatê-la ou facilitar a integração de novos jogadores à comunidade existente.
Entre tokens e recompensas temporárias
Um aspecto que chamou minha atenção foi o sistema de tokens e recompensas temporárias. O jogador recebeu tokens que poderiam ser trocados por armas e acessórios poderosos, mas temporários. O problema? A maioria requeria nível 155, enquanto ele estava apenas no 27.
Esse tipo de mecânica revela o maior problema de Cabal: ele está constantemente tentando empurrar os jogadores para o “endgame”, sem se preocupar em tornar a jornada até lá significativa ou interessante. As recompensas que realmente importam estão sempre fora do alcance, exigindo dezenas ou centenas de horas de grinding em conteúdo repetitivo.
Cabal Online em 2025: vale a pena?
Cabal Online em 2025 é como aquele amigo que você conhece há 15 anos e que nunca mudou: mesmas piadas, mesmas histórias, mesma personalidade. Para alguns, isso traz nostalgia e conforto. Para outros, é apenas uma triste constatação de estagnação.
O jogo oferece algumas facilidades para novos jogadores, como buffs de GM e itens gratuitos, mas continua preso a uma estrutura antiquada de progressão. A falta de um sistema social robusto e acessível torna a experiência solitária, o que é inaceitável para um MMORPG.
Enquanto jogos como Lamentosa conseguem criar experiências sociais profundas mesmo com gráficos simples e até mesmo em formato de navegador, Cabal insiste em uma fórmula que não prioriza as conexões entre jogadores. Até mesmo Tibia e Runescape, com suas limitações técnicas, conseguiram construir comunidades mais coesas e ativas.
Se você busca nostalgia ou já tem amigos jogando, Cabal pode ser uma opção. Mas para novos jogadores procurando um MMO onde possam criar conexões genuínas e vivenciar uma progressão significativa, há opções muito melhores em 2025. No fim das contas, o jogo continua sendo o que sempre foi: um grind interminável com flashes ocasionais de diversão, mas sem a alma que torna os MMORPGs verdadeiramente especiais. +++