Nem todo encontro com dragões termina em combate épico e montanhas de ouro reluzente. Às vezes, os aventureiros se deparam com criaturas tão peculiares que deixam histórias mais memoráveis do que qualquer pilha de moedas poderia proporcionar. Esta é a história de Cha-ching, um dragão colecionador que redefine completamente o conceito de “tesouro dragônico”.
Imagine a cena: você e seu grupo finalmente chegam à caverna do dragão após uma jornada árdua. Armas em punho, preparados para o confronto de suas vidas. Mas ao invés de ouro e joias, vocês encontram… uma bota solitária, meias descombinadas e uma quantidade perturbadora de roupas íntimas velhas. Bem-vindo ao covil de Cha-ching, o dragão que coleciona absolutamente tudo, exceto o que você esperaria.
O Colecionador Mais Excêntrico dos Reinos
Cha-ching não é um dragão comum. Com escamas de cobre fosco e olhos que brilham com o que poderia ser antiga sabedoria (ou apenas entusiasmo desmedido), este dragão se considera um colecionador de artefatos raros e poderosos. O problema? Sua definição de “raro e poderoso” é, no mínimo, questionável.
Ao adentrar seu covil, os aventureiros encontraram um verdadeiro museu do absurdo. Cada item comum que encontravam recebia do dragão uma descrição grandiosa: um pato de madeira era tratado como “relíquia inestimável”, um bule rachado se transformava em “vaso místico de grande importância”, e uma vela derretida pela metade? Nada menos que a “Vela Eterna de Lumis, o Eterno” (ou talvez apenas cera velha, o próprio dragão admitia não ter certeza).
A Arte da Negociação Dragônica
O que torna Cha-ching verdadeiramente único não é apenas seu gosto duvidoso para coleções, mas sua disposição para barganhar. Diferente de dragões tradicionais que atacam invasores sem hesitação, este colecionador excêntrico estava genuinamente interessado em fazer trocas.
Quando o grupo questionou sobre ouro, Cha-ching orgulhosamente apresentou uma única moeda falsificada de forma grosseira. Quando pediram uma espada mágica, o dragão ofereceu seu “maior tesouro”: um esquilo empalhado de forma absolutamente terrível. Para adoçar o negócio, incluiu a “Coroa dos Reis” – que era, obviamente, apenas um chapéu de palha de proporções cômicas.

Quando o Absurdo Se Torna Lendário
A verdadeira genialidade desta história está em seu desfecho inesperado. O grupo, resignado e provavelmente questionando suas escolhas de vida, aceitou o esquilo empalhado e o chapéu gigante de palha. Afinal, como o próprio Cha-ching argumentou com irrefutável lógica: “Eu tenho um tesouro e vocês não.”
Mas aqui está a reviravolta que transforma esta história de cômica em lendária: o chapéu era genuinamente encantado. Aquele objeto ridículo que parecia apenas mais uma peça de lixo na coleção bizarra do dragão possuía magia de verdade. Cha-ching, é claro, nunca deixou de se gabar disso.
Lições de Um Encontro Inusitado
Esta história serve como um lembrete perfeito de que D&D não se resume apenas a combates épicos e tesouros valiosos. Os momentos mais memoráveis frequentemente vêm dos encontros mais absurdos, dos NPCs mais excêntricos e das situações mais inesperadas.
Cha-ching representa tudo que torna D&D especial: a imprevisibilidade, o humor, e a capacidade de transformar o mundano em extraordinário através da narrativa. Um dragão que coleciona lixo e chama isso de tesouro pode parecer um “chefe final terrível”, mas certamente é mais memorável do que qualquer dragão genérico guardando ouro.
A próxima vez que você estiver preparando uma aventura, considere criar seu próprio Cha-ching. Um NPC que desafia expectativas, que transforma o ordinário em extraordinário através de sua perspectiva única. Porque no fim das contas, os aventureiros podem deixar o covil sem ouro, mas saem com algo muito mais valioso: uma história que contarão para sempre.
E quem sabe? Talvez aquele item aparentemente inútil que eles levaram realmente seja encantado. Afinal, Cha-ching continua se gabando até hoje, e dragões raramente mentem sobre suas conquistas comerciais.