Corepunk está em acesso antecipado e já mostra seu potencial como MMORPG, mas uma sombra paira sobre o jogo que poucos estão dispostos a discutir: o comportamento tóxico de parte da comunidade está afastando jogadores. Relatos recentes mostram que o que deveria ser um ambiente PvP saudável está se transformando em puro assédio organizado contra streamers e novatos.

A linha entre competição e toxicidade é tênue, mas quando jogadores veteranos caçam sistematicamente iniciantes apenas por diversão, temos um problema sério que pode comprometer o futuro do jogo. E não é só isso - o problema vai muito além do PvP desequilibrado.

Corepunk: Um Jogo com Potencial Afundando em Toxicidade

Vamos ser sinceros: Corepunk tem fundamentos sólidos. O gameplay é interessante, a mecânica funciona bem, e existe uma base para um MMORPG de sucesso. Mas o que adianta tudo isso quando a comunidade, especialmente no servidor NA Central, está tornando a experiência insuportável para muitos jogadores?

Tenho visto diversos relatos de jogadores sendo deliberadamente perseguidos por veteranos de alto nível. Não estamos falando do PvP normal que todos esperamos em um jogo desse tipo - estamos falando de jogadores que literalmente param o que estão fazendo apenas para arruinar a experiência de outros, especialmente iniciantes e streamers.

Quando um jogador de nível 14 está sendo stream sniped (quando jogadores assistem à transmissão de um streamer para caçá-lo no jogo) por jogadores de nível máximo, não estamos mais no reino da competição saudável. Isso é puro assédio. E o pior: esses comportamentos estão levando jogadores a abandonarem completamente o jogo.

O Ciclo Vicioso do Conteúdo Limitado

Um dos problemas mais evidentes que alimenta esse comportamento tóxico é a falta de conteúdo no jogo. Sendo justo, Corepunk está em acesso antecipado, então é esperado que não tenha todo o conteúdo planejado. Mas essa escassez criou um ciclo vicioso:

  1. Jogadores avançados consomem todo o conteúdo rapidamente
  2. Sem nada para fazer, começam a “criar seu próprio conteúdo” assediando outros
  3. Jogadores novos ou casuais abandonam o jogo devido ao assédio
  4. A base de jogadores encolhe, tornando o problema ainda pior

É frustrante ver pessoas tentando completar missões básicas, como farmar um conjunto Ronin ou matar aranhas, sendo repetidamente mortas por jogadores entediados de alto nível. Alguns podem argumentar: “É um jogo PvP, aguente ou saia”. Mas existe uma diferença entre PvP como parte do jogo e perseguição sistemática.

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A Comunidade Que Mata Seu Próprio Jogo

O mais irônico disso tudo é que Corepunk já tem uma base de jogadores relativamente pequena. Alguns já o consideram um “jogo morto”, e esse comportamento tóxico só acelera esse processo. É como assistir a um suicídio em câmera lenta.

O assédio não se limita ao jogo. Streamers relatam pessoas invadindo seus chats para assediá-los, comentários tóxicos em vídeos do YouTube, e até mesmo mensagens no Discord com conteúdo perturbador. Quando pessoas estão sendo incentivadas a “se matar” por causa de um jogo, ultrapassamos qualquer limite aceitável de comportamento.

Não podemos ignorar que existem pessoas boas na comunidade. Jogadores que ajudam iniciantes, criam guias e tentam fomentar um ambiente positivo. Mas infelizmente, como em muitas comunidades online, os elementos tóxicos tendem a gritar mais alto.

O Que Poderia Ser Feito?

A solução para esse problema é multifacetada:

  1. Mais conteúdo endgame: Os desenvolvedores precisam criar mais atividades para jogadores de alto nível, desviando sua energia da perseguição a novatos.

  2. Sistemas de proteção: Mecanismos que protejam jogadores de nível baixo do assédio constante, como zonas seguras ampliadas ou penalidades para “camping” excessivo.

  3. Moderação mais rigorosa: Punições para comportamento tóxico comprovado, especialmente assédio coordenado.

  4. Educação da comunidade: Promoção ativa de um código de conduta que, embora permita PvP competitivo, desencorage o assédio sistemático.

Enquanto isso, muitos jogadores estão simplesmente tirando uma pausa, esperando que a situação melhore ou que mais conteúdo seja adicionado para diluir esse comportamento tóxico.

O Futuro de Corepunk Depende de Sua Comunidade

O que me entristece nessa situação é que Corepunk tem potencial. Diferente de MMORPGs genéricos que seguem fórmulas batidas, ele traz elementos interessantes que poderiam criar uma experiência única. Mas nenhum jogo sobrevive sem jogadores.

Quando comparado com clássicos como Tibia e Runescape, que mantiveram comunidades ativas por décadas, vemos que o segredo não está apenas no conteúdo, mas nas conexões entre jogadores. Esses jogos prosperaram porque, mesmo com PvP intenso, havia um senso de comunidade e respeito mútuo que transcendia a competição.

Espero sinceramente que Corepunk encontre seu equilíbrio. Que os desenvolvedores adicionem mais conteúdo, que a comunidade amadureça, e que o jogo possa se tornar o que tem potencial para ser: um MMORPG onde o PvP é parte da diversão, não um instrumento de tortura.

Enquanto isso, talvez seja hora de alguns jogadores tóxicos lembrarem que há pessoas reais por trás dos avatares, e que arruinar a experiência alheia apenas por diversão diz mais sobre eles do que sobre suas vítimas. +++

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