Undertale sempre foi aquele jogo que, de maneiras inexplicáveis, conseguiu criar conexões profundas entre jogadores e personagens. Enquanto grandes MMOs investem milhões em gráficos realistas, Toby Fox provou que pixelart e uma narrativa bem construída são suficientes para marcar uma geração inteira de gamers.
A recente revelação sobre a conexão entre Undertale e o que parece ser um universo paralelo (possivelmente uma referência a Deltarune) traz à tona questões fascinantes sobre como esses mundos se entrelaçam, e como personagens como Flowey/Asriel e Chara continuam suas jornadas além dos limites que conhecíamos.
O Retorno de Flowey e a Fonte Obscura
A conversa revelada mostra que finalmente estamos vendo um Flowey que afirma estar “sem assassinatos” para cometer - uma evolução significativa para um personagem que anteriormente vivia pelo mantra “matar ou ser morto”. Essa transformação é especialmente interessante quando consideramos como Undertale sempre trabalhou com a ideia de redenção e escolhas.
O que realmente me intrigou foi a menção a uma “fonte escura” (dark fountain) que precisa ser fechada. Isso parece ser um elemento crucial que conecta diretamente com Deltarune, o projeto subsequente de Toby Fox que muitos consideram uma espécie de universo paralelo de Undertale. Essa ponte entre os dois mundos abre possibilidades narrativas fascinantes.
A explicação de Flowey sobre como seguiu “o gato” pelo Underground até encontrar uma porta misteriosa que desapareceu é um dos elementos mais intrigantes dessa revelação. Essa porta parece ser um ponto de convergência entre os dois mundos, permitindo que personagens transitem entre diferentes realidades.
A Manipulação Continua: Os Jogos de Asriel
Uma das revelações mais chocantes foi descobrir que um Asriel (aparentemente diferente do Flowey/Asriel que conhecemos) estava manipulando eventos nos bastidores. Ao afirmar “eu especificamente te deixei aqui” e admitir que estava se divertindo observando os outros personagens enfrentando perigos, vemos que esse Asriel mantém traços do comportamento manipulador que conhecemos no jogo original.
A menção a uma “corrupção” que está se espalhando e a revelação de que Asriel mentiu sobre usar a alma do “Rei das Flores” para consertá-la adiciona mais uma camada de mistério à narrativa. Quando ele diz “isso nem é trabalho meu”, fica claro que há forças maiores em jogo, possivelmente conectando-se aos temas mais amplos que Toby Fox está desenvolvendo entre Undertale e Deltarune.
O Que Isso Significa Para o Universo de Undertale?
O que mais me fascina nessas revelações não são apenas os elementos da trama, mas como Toby Fox continua expandindo um universo que começou como um simples RPG indie. Enquanto grandes desenvolvedoras apostam em gráficos cada vez mais impressionantes, Undertale e seus desdobramentos continuam provando que a conexão emocional com personagens e a profundidade narrativa são muito mais valiosas.
A conversa encerra com uma situação de emergência, com alguém mencionando que Chris (possivelmente Kris de Deltarune) precisa ir à masmorra antes que as coisas piorem. Esse cliffhanger sugere que estamos apenas arranhando a superfície de como esses mundos se conectam.
Para mim, isso representa o que sempre defendi: não são os polígonos ou efeitos visuais que fazem um jogo memorável, mas sim as conexões que ele constrói. Undertale e seu universo expandido continuam sendo um exemplo perfeito disso - usando visuais simples para criar um dos universos narrativos mais complexos e emocionalmente ressonantes dos jogos modernos.
Talvez os gigantes do mercado MMORPG devessem olhar para Undertale e aprender que, às vezes, menos é mais. Conexões genuínas entre personagens e jogadores valem mais que mil quests repetitivas ou um mundo visualmente deslumbrante, mas vazio de significado.